lançado ao mar numa garrafa escura.
À minha beira fica a sepultura;
dentro repousa o corpo que foi meu.
Aves de agoiro, a vida como é dura!
Tão pouco azul e derradeiro céu!O vento norte alastra o claro véu
e esconde aos olhos a nudez impura.
Ah! sol de Junho!, ao menos és real.
teus finos dedos, alongados, tersos,retratam-me em tamanho natural.
Outros sinais de mim ficam dispersos
Por sobre a água funda e o areal.Daniel Filipe, "O viageiro solitário"
Sem comentários:
Enviar um comentário