quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Inerte - Ana Redondo

Caído na praia,
De rosto no areia,
Inerte
O menino morto é  sinal pungente.
Lançado no porão,
Como peça de gado
Ei-lo que se afoga
Em barco sem lei
Que às tantas adorna
Sem rumo, sem leme.
É  triste o teu fado
Menino fugido
Do terror das balas,
Na esperança ilusória
Dum amanhã risonho.
Travessia inglória,
Insana...
Menino perdido
Dos  braços da mãe
Foi  triste a tua sorte
Nesses barcos da morte
Desumana...
Menino inocente
Que já não padece
Aceita que eu junte dolorosa prece
Pois  todos falam, reclamam,
Mas onde estão as acções
Neste drama premente?


Ana Redondo, 3 de Setembro de 2015

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