domingo, 30 de julho de 2017

Chuva e lágrimas (versão editada a 30 julho) - Ana Redondo

Queria chorar todas as lágrimas
E depois esquecer todas as mágoas
As dores mais profundas
Que, mesmo inconscientes,
Não se desvanecem
Espigões encravados
Que subitamente se revelam
Sem aviso prévio redespertam
(Dalgum obscuro fundo do baú)
...E tudo em mim se desconecta
Se confunde
Qual nuvem escura
Obscurecendo o sol

Oferecer ao mar todas as minhas penas
São tantas tão dolorosas
Como espinhos lancinantes!
Água salgada faz crescer os oceanos
E eu não aguento mais viver
Com este mar pungente
Tremendo e gemendo
Bem dentro de mim

Ajuda-me, mar, ajuda-me terra
Ajudem-me as nuvens
Que me ajude o vento

Que tudo o que eu sofri
Se transfigure no novo
Que, belo, irá nascer
- Resplandecente –
Brotando raízes em solo bem fértil
(Regado e irrigado
Na frescura da chuva)
E estendendo galhos
Pejados de frutos

Venham então borboletas
Transportar o pólen
E gerar novas plantas

E a roda da vida poderá então avançar
Já que também eu sou parte dela
E isso terei sempre de relembrar

Ana Redondo

Começado a redigir a 23 julho 2017, versão editada de 30 de julho de 2017

Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de agosto.

Intermezzo o Cavalaria Rusticana - Pietro Mascagni


Kandinsky




Composição VIII e Linha transversal - Kandinsky (1923)




sexta-feira, 28 de julho de 2017

Pensamentos - Marcel Proust

A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, e sim em ter novos olhos.
Marcel Proust

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Chuva e lágrimas (versão preliminar) - Ana Redondo

Queria chorar todas as lágrimas
E depois esquecer todas as mágoas
As dores mais profundas
Que, mesmo inconscientes,
Não se desvanecem
Espigões encravados
Que subitamente se revelam
Sem aviso prévio redespertam
E tudo em mim se desconecta
Se confunde
Qual nuvem escura
Obscurecendo o sol

Oferecer ao mar todas as minhas penas
São tantas tão dolorosas
Como espinhos lancinantes!
Água salgada faz crescer os oceanos
E eu não posso mais viver com este mar pungente
Tremendo e gemendo
Bem dentro de mim

Ajuda-me, mar, ajuda-me terra
Ajudem-me as nuvens
Que me ajude o vento

Que tudo o que eu sofri
Se transfigure no novo
Que, belo, irá nascer
- Resplandecente –
Brotando raízes em solo bem fértil
(Regado e irrigado
Na frescura da chuva)
E estendendo galhos
Pejados de frutos

Venham então borboletas
Transportar o pólen
E gerar novas plantas

E a roda da vida poderá então avançar
Já que também eu sou parte dela
E isso terei sempre de relembrar

Ana Redondo

Redigido a 23 julho 2017