Queria chorar todas as lágrimas
E depois esquecer todas as mágoas
As dores mais profundas
Que, mesmo inconscientes,
Não se desvanecem
Espigões encravados
Que subitamente se revelam
Sem aviso prévio redespertam
E tudo em mim se desconecta
Se confunde
Qual nuvem escura
Obscurecendo o sol
Oferecer ao mar todas as minhas penas
São tantas tão dolorosas
Como espinhos lancinantes!
Água salgada faz crescer os oceanos
E eu não posso mais viver com este mar pungente
Tremendo e gemendo
Bem dentro de mim
Ajuda-me, mar, ajuda-me terra
Ajudem-me as nuvens
Que me ajude o vento
Que tudo o que eu sofri
Se transfigure no novo
Que, belo, irá nascer
- Resplandecente –
Brotando raízes em solo bem fértil
(Regado e irrigado
Na frescura da chuva)
E estendendo galhos
Pejados de frutos
Venham então borboletas
Transportar o pólen
E gerar novas plantas
E a roda da vida poderá então avançar
Já que também eu sou parte dela
E isso terei sempre de relembrar
Ana Redondo
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