Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de
resto:
Uma cara de
burro sem cabresto
E duas grandes
tranças.
A gente olhava,
reparava, e via
Que naquela
figura não havia
Olhos de quem
gosta de crianças.
E, na verdade,
assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o
poder de quem é rei
Por não ter
coração,
Sem mais nem
menos,
Mandou matar
quantos eram pequenos
Nas cidades e
aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou
milagre, aconteceu
Que, num burrinho
pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos
de sangue um pequenito
Que o vivo sol
da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de
sonho
Para encher
este mundo de alegria;
Para crescer,
ser Deus;
E meter no
inferno o tal das tranças,
Só porque ele
não gostava de crianças.
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