sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Pensamentos - Henry Van Dyke
O tempo é lento demais para os que esperam... rápido demais para os que temem... longo demais para os que sofrem... curto demais para os que celebram... mas para os que amam, o tempo é eterno.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
"No último andar é mais bonito" - Cecília Meireles
No último andar é mais bonito:
do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.
O último andar é muito longe:
custa-se muito a chegar.
Mas é lá que eu quero morar.
Todo o céu fica a noite inteira
sobre o último andar
É lá que eu quero morar.
Quando faz lua no terraço
fica todo o luar.
É lá que eu quero morar.
Os passarinhos lá se escondem
para ninguém os maltratar:
no último andar.
De lá se avista o mundo inteiro:
tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero morar:
no último andar.
do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.
O último andar é muito longe:
custa-se muito a chegar.
Mas é lá que eu quero morar.
Todo o céu fica a noite inteira
sobre o último andar
É lá que eu quero morar.
Quando faz lua no terraço
fica todo o luar.
É lá que eu quero morar.
Os passarinhos lá se escondem
para ninguém os maltratar:
no último andar.
De lá se avista o mundo inteiro:
tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero morar:
no último andar.
"Renova-te" - Cecília Meireles
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Memória - Carlos Drummond de Andrade
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Vive - Fernando Pessoa
Vive, dizes, no
presente,
Vive só no presente.
Mas eu não quero o
presente, quero a realidade;
Quero as cousas que
existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente?
É uma cousa relativa ao
passado e ao futuro.
É uma cousa que existe
em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade,
as cousas sem presente.
Não quero incluir o
tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas
cousas como presentes; quero pensar nelas
como cousas.
Não quero separá-las de
si-próprias, tratando-as por presentes.
Eu nem por reais as
devia tratar.
Eu não as devia tratar
por nada.
Eu devia vê-las, apenas
vê-las;
Vê-las até não poder
pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem
espaço,
Ver podendo dispensar
tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver,
que não é nenhuma.
Alberto Caeiro, Heterónimo de Fernando Pessoa
Teus Olhos Entristecem - Fernando Pessoa
Teus olhos entristecem
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.
Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.
Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
La Plus Belle Pour Aller Danser - Sylvie Vartan
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Renitente - Ellen Dias
Um misto de palavras e indagações
Bagunçam meus pensamentos
Sou herói sem roteiro
Sobrevivente sem paradeiro
Que na noite se perdeu
E em minha cabeça
Existe um mundo
Onde as coisas se repetem
As emoções se excedem
As dúvidas se acumulam
As lagrimas se confundem
E uma voz me persegue
A voz triste e renitente do meu eu enfraquecido
Por meus medos sufocado,
Por meus fracassos oprimido
A voz de um eu persistente
Que inconformado pela morte de meus sonhos
Me arrasta, por aí, noite a dentro
A ecoar em meus ouvidos
Revirando meus sentidos
Sem me deixar pegar no sono.
Ellen Dias
in Movimento Literário Novos Poetas (http://movimentonovospoetas.blogspot.com.br/)
Bagunçam meus pensamentos
Sou herói sem roteiro
Sobrevivente sem paradeiro
Que na noite se perdeu
E em minha cabeça
Existe um mundo
Onde as coisas se repetem
As emoções se excedem
As dúvidas se acumulam
As lagrimas se confundem
E uma voz me persegue
A voz triste e renitente do meu eu enfraquecido
Por meus medos sufocado,
Por meus fracassos oprimido
A voz de um eu persistente
Que inconformado pela morte de meus sonhos
Me arrasta, por aí, noite a dentro
A ecoar em meus ouvidos
Revirando meus sentidos
Sem me deixar pegar no sono.
Ellen Dias
in Movimento Literário Novos Poetas (http://movimentonovospoetas.blogspot.com.br/)
Lisboa menina e moça - Carlos do Carmo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo
Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
No terreiro eu passo por ti
Mas da graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar
Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
Lisboa no meu amor, deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
Letra e Múusica: Ary dos Santos e Paulo de Carvalho.
A dobra da onda - Jedaías Torres
O amor é imensidão
É o mar e seus perigos mortais...
Meros viajantes navegam no mar...
O poeta e seu barquinho dançando ao som dos trovões
Tempestade
Ignora os perigos só pra fazer poesia
Poeta pirado
Pirata do amar
Poeta marujo
Não sabe domar
A última dobra da onda do mar.
Jedaías Torres
in Movimento Literário Novos Poetas (http://movimentonovospoetas.blogspot.com.br/)
É o mar e seus perigos mortais...
Meros viajantes navegam no mar...
O poeta e seu barquinho dançando ao som dos trovões
Tempestade
Ignora os perigos só pra fazer poesia
Poeta pirado
Pirata do amar
Poeta marujo
Não sabe domar
A última dobra da onda do mar.
Jedaías Torres
in Movimento Literário Novos Poetas (http://movimentonovospoetas.blogspot.com.br/)
Entre o sono e o sonho - Fernando Pessoa
Entre o sono e o sonho,
Entre mim e o que em mim me suponho,
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.
Entre mim e o que em mim me suponho,
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.
Quando as crianças brincam - Fernando Pessoa
Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.
sábado, 14 de dezembro de 2013
Poema - Cecília Meireles
No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.
Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto
Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.
Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.
E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.
Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto
Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.
Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.
E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim
Lua adversa - Cecília Meireles
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Poema "Nunca eu tivera querido" - Cecília Meireles
Nunca eu tivera querido
Dizer palavra tão louca
Bateu-me um vento na boca
E depois no teu ouvido
Levou somente a palavra
Deixou ficar o sentido
O sentido está guardado
No rosto com que te miro
Nesse perdido suspiro
Que te segue alucinado
No meu sorriso suspenso
Como um beijo malogrado
Nunca ninguém viu ninguém
Que o amor pusesse tão triste
Esta tristeza não viste
E eu sei que ela se vê bem
Só se aquele mesmo vento
Fechou teus olhos também
Dizer palavra tão louca
Bateu-me um vento na boca
E depois no teu ouvido
Levou somente a palavra
Deixou ficar o sentido
O sentido está guardado
No rosto com que te miro
Nesse perdido suspiro
Que te segue alucinado
No meu sorriso suspenso
Como um beijo malogrado
Nunca ninguém viu ninguém
Que o amor pusesse tão triste
Esta tristeza não viste
E eu sei que ela se vê bem
Só se aquele mesmo vento
Fechou teus olhos também
Motivo - Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.
Irmã das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
No vento
Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço, ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa rimada.
E um dia sei que estarei muda:
- mais nada.
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.
Irmã das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
No vento
Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço, ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa rimada.
E um dia sei que estarei muda:
- mais nada.
Despedida - Cecília Meireles
Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
A demora - Mia Couto
O amor nos condena:
demoras
mesmo quando chegas antes.
Porque não é no tempo que eu te espero.
Espero-te antes de haver vida
e és tu quem faz nascer os dias.
Quando chegas
já não sou senão saudade
e as flores
tombam-me dos braços
para dar cor ao chão em que te ergues.
Perdido o lugar
em que te aguardo,
só me resta água no lábio
para aplacar a tua sede.
Envelhecida a palavra,
tomo a lua por minha boca
e a noite, já sem voz
se vai despindo em ti.
O teu vestido tomba
e é uma nuvem.
O teu corpo se deita no meu,
um rio se vai aguando até ser mar.
MIA COUTO, in IDADES CIDADES DIVINDADES
demoras
mesmo quando chegas antes.
Porque não é no tempo que eu te espero.
Espero-te antes de haver vida
e és tu quem faz nascer os dias.
Quando chegas
já não sou senão saudade
e as flores
tombam-me dos braços
para dar cor ao chão em que te ergues.
Perdido o lugar
em que te aguardo,
só me resta água no lábio
para aplacar a tua sede.
Envelhecida a palavra,
tomo a lua por minha boca
e a noite, já sem voz
se vai despindo em ti.
O teu vestido tomba
e é uma nuvem.
O teu corpo se deita no meu,
um rio se vai aguando até ser mar.
MIA COUTO, in IDADES CIDADES DIVINDADES
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Citações - Horace Walpole
A vida é uma comédia para os que pensam e uma tragédia para os que sentem.
Sede - Nara Rúbia Ribeiro
Não é a água
Que me dá a vida;
É a sede.
Já não podes ser a fonte
Que sacia e reabastece
O lago profundo
Que sou.
És minha sede.
Sei,
Teu peito encerra vasos alados
Transbordantes de sonho e de azul.
Mas
É no calor dos teus lábios
Que sinto gosto orvalhado de sol.
Que sinto gosto orvalhado de sol.
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Another brick in the wall - Pink Floyd
A canção adoptada pelo povo sul africano para lutar pela sua liberdade
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Citações - Roberto Shinyashiki
Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.
Pensamentos - Roberto Shinyashiki
Não deixe sua vida ficar muito séria,
saboreie tudo o que conseguir:
as derrotas
e as vitórias,
a força do amanhecer
e a poesia do anoitecer.
saboreie tudo o que conseguir:
as derrotas
e as vitórias,
a força do amanhecer
e a poesia do anoitecer.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Sérgio Godinho - Namoro
em papel perfumado
e com letra bonita
dizia ela tinha
um sorriso luminoso
tão triste e gaiato
como o sol de Novembro
brincando de artista
nas acácias floridas
na fímbria do mar
Sua pele macia
era suma-uma
sua pele macias
cheirando a rosas
seus seios laranja
laranja do Loge
eu mandei-lhe essa carta
e ela disse que não
Mandei-lhe um cartão
que o amigo maninho tipografou
'por ti sofre o meu coração'
num canto 'sim'
noutro canto 'não'
e ela o canto do 'não'
dobrou
Mandei-lhe um recado
pela Zefa do sete
pedindo e rogando
de joelhos no chão
pela Sra do Cabo,
pela Sta Efigénia
me desse a ventura
do seu namoro
e ela disse que não
Mandei à Vó Xica,
quimbanda de fama
a areia da marca
que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço
bem forte e seguro
e dele nascesse
um amor como o meu
e o feitiço falhou
Andei barbado,
sujo e descalço
como um monangamba
procuraram por mim
não viu ai não viu ai
não viu Benjamim
e perdido me deram
no morro da Samba
Para me distrair
levaram-me ao baile
do Sr. Januário,
mas ela lá estava
num canto a rir,
contando o meu caso
às moças mais lindas
do bairro operário
Tocaram a rumba
e dancei com ela
e num passo maluco
voamos na sala
qual uma estrela
riscando o céu
e a malta gritou
'Aí Benjamim'
Olhei-a nos olhos
sorriu para mim
pedi-lhe um beijo
lá lá lá lá lá
lá lá lá lá lá
E ela disse que sim
Música: Fausto; Letra: Viriato Cruz
Intérprete: Sérgio Godinho
Do album: "De pequenino se torce o destino", 1976.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
domingo, 1 de dezembro de 2013
Cheira Bem, Cheira a Lisboa - Amália Rodrigues
Lisboa já tem Sol mas cheira a Lua
Quando nasce a
madrugada sorrateira
E o primeiro
eléctrico da rua
Faz coro com as
chinelas da Ribeira
Se chove cheira a terra prometida
Procissões têm
o cheiro a rosmaninho
Nas tascas da
viela mais escondida
Cheira a iscas
com elas e a vinho
(Refrão)
Um craveiro
numa água furtada
Cheira bem,
cheira a Lisboa
Uma rosa a
florir na tapada
Cheira bem,
cheira a Lisboa
A fragata que
se ergue na proa
A varina que
teima em passar
Cheiram bem
porque são de Lisboa
Lisboa tem
cheiro de flores e de mar
Cheira bem, cheira a Lisboa (2x)
A fragata que se ergue na proa
A varina que
teima em passar
Cheiram bem
porque são de Lisboa
Lisboa tem
cheiro de flores e de mar
Uma casa portuguesa - Amália Rodrigues
Numa casa portuguesa fica bem,
pão e vinho sobre a mesa.
e se à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co'a gente.
Fica bem esta franqueza, fica bem,
que o povo nunca desmente.
A alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar, e ficar contente.
pão e vinho sobre a mesa.
e se à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co'a gente.
Fica bem esta franqueza, fica bem,
que o povo nunca desmente.
A alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar, e ficar contente.
Quatro paredes caiadas,
um cheirinho à alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo,
mais o sol da primavera...
uma promessa de beijos...
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
um cheirinho à alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo,
mais o sol da primavera...
uma promessa de beijos...
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
No conforto pobrezinho do meu lar,
há fartura de carinho.
e a cortina da janela é o luar,
mais o sol que bate nela...
Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar
uma existência singela...
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tigela.
há fartura de carinho.
e a cortina da janela é o luar,
mais o sol que bate nela...
Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar
uma existência singela...
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tigela.
Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
São José de azulejo
mais um sol de primavera...
uma promessa de beijos...
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
São José de azulejo
mais um sol de primavera...
uma promessa de beijos...
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
É, com certeza, uma casa portuguesa!
Música: Vasco Matos Sequeira e Artur Fonseca; Letra: Reinaldo
Ferreira
Citações - Clarice Lispector
Renda-se,
como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se
preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
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