As palavras querem-se claras, cristalinas As frases fortes, incisivas O formato coerente, De inegável lógica O conteúdo vibrante, premente Para que a verdade que grito, Mesmo que sujeita a crítica, Toque alguém no coração. "Se não querem guerras Não produzam armas. Mas há quem muito lucra Em as traficar. E com esta dinâmica Elas irão continuar De preferência em remotas terras Bem longe das luzes da civilização." E se esta crua verdade não bastar Para alguém hoje acordar E prestar atenção Será que vai adiantar Mostrar os familiares traumas De crianças mortas e mães a chorar? Ana Redondo Redigido em Janeiro de 2015
Toda a noite as sirenes zumbiram Noite de nevoeiro Noite de magia Noite de encanto E as sirenes negam-me o descanso. Sinto os navios no mar traiçoeiro. Rezo. Oiço o som das sirenes Sob o invisível manto. Um oceano imenso Grita e clama Seu infinito fulgor. Noite de pranto... E os homens que pescam Mantêm seu labor...
Ou um balão que flutua no ar. Quero dizer olá a todos com quem cruzo. Quero sentir o aroma da relva molhada E ver a beleza do jasmim. Quero ser iluminada P'lo brilho do luar E o cintilar das estrelas Como um trilião de velas a arder. Quero apreciar o sabor da maçã E a textura do figo. Quero em cada momento saber espalhar sorrisos E que à minha volta todos fiquem mais felizes Quero isto tudo e muito mais ainda. Quero viver. Quero sonhar.
O canto em vozes juntas, vozes certas Canção de uma só letra e um só destino a embarcar O cais da nova nau das descobertas. Existe um rio A sina de quem nasce fraco, ou forte O risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste Que vence ou adormece antes da morte. No teu poema
Se uma criança é perseguida e humilhada pelos colegas de escola é alvo de desrespeito e bulling. Se um grupo religioso e racial é sistematicamente alvo de troça de um jornal , criticam-se os assassinos terroristas e fala-se da irrevogável liberdade de expressão. Ninguém reconhece que o jornal atacou e ofendeu. Claro que as armas não são solução. Depois, cria-se o medo... e cerceia-se a liberdade em nome da segurança. Mas a liberdade de desrespeitar não é questionada! E a dignidade do outro? E a aceitação da diferença? O lápis pode criar barreiras entre vizinhos. Em nome de que legitimidade? A liberdade implica responsabilidade, todos os direitos comportam deveres. Deveres de cidadania, pelo direito à dignidade e bom nome do grupo visado.