Batendo as asas leves, irisadas,
Poisam nos meus, suaves e cansadas
Como em dois lírios roxos e dolentes...
E os lírios fecham... Meu Amor, não sentes?
Minha boca tem rosas desmaiadas, E as minhas pobres mãos são maceradas
Como vagas saudades de doentes...
O Silêncio abre as mãos... entorna rosas...
Andam no ar carícias vaporosas Como pálidas sedas, arrastando...
E a tua boca rubra ao pé da minha
É na suavidade da tardinha Um coração ardente palpitando...
Florbela
Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"
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