A desordem floresce.
Nos seus palácios dourados
Aqueles que nos governam
Falam de direitos, democracia,
Divisão de poderes,
Constituição
Estado, empresa, cidadão.
Expande-se
a hipocrisia
Com que
se apoderam Dos nossos parcos haveres.
Definem opacas normas
E com elas imperam.
Inventam plataformas
De legítimos usuários
Que ganham com a aposta
Previamente detalhada
Para os seus clientes bancários
Receberem como resposta
A falência dos seus bens pecuniários.
Nas universidades
preparam
A teoria mais adequadaA que chamam de ciência
E os mais dóceis operários
Para que os pobres incautos
Confiem na sapiência
Dos seus licenciados arautos.
E
deixam-nos ir a votos
Pois
sabem estar garantido Que independentemente do partido
Os governantes serão os únicos pilotos.
Na sua
exuberante miopia
Creem
que os milhões de enganadosVão permanecer calados
Numa indiferença fria.
E quando algo perturba
Esta indolente loucura
Empunham todas as armas
Para logo os algemar.
Esquecem-se
que os votantes
Cansados
da sua agruraVão-se tornar diletantes
Vão mostrar toda a negrura.
E são uma imensa turba
Que mesmo de forma ordeira
Pode rasgar os preceitos
Dos senhores eleitos.
Podem tirar da algibeira
As verdades encobertas
Por trás dos falsos conceitos
E a verdade irá ressoar:
"Vocês não merecem governar!"
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