sábado, 13 de julho de 2013

Ponto: abstracção matemática (2013)

No unviderso infindo
Cada ser é só um ponto
Abstração matemática
Que por si não tem sentido
Precisa de uma temática.


Só vive na abertura,
Quer abarcar o total.
Um ponto não tem estrutura
Precisa de contraponto
E em parceria actua
Na demanda de um final.
Em cada instante decide
O que quer ver construído.


Também o firmamento
É polvilhado de estrelas
Que lá do cimo, da altura
Parecem pontos que brilham.
No seu conjunto flutuam
E para sempre cintilam
Resistem, perduram.
Olhamo-las, são tão belas!


Cada ser nasce projecto
É início inconcreto.
Permeando-se de afecto
Vai soltando o seu tormento
A quem tem sua textura
E entende a sua postura.


É o seu próprio arquitecto,
Precisa de alimento,
Aprende, é instruído
Elege o seu trajecto
Com doçura, bravura
Fúria e agonia.


Maravilhosa ironia
Que assim nos desafia
Pois nada está concluído!


 Ana Redondo,  Julho 2013


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