Cada ser é só um ponto
Abstração matemática
Que por si não tem sentido
Precisa de uma temática.
Só vive na abertura,
Quer abarcar o total.Um ponto não tem estrutura
Precisa de contraponto
E em parceria actua
Na demanda de um final.
Em cada instante decide
O que quer ver construído.
Também o firmamento
É polvilhado de estrelasQue lá do cimo, da altura
Parecem pontos que brilham.
No seu conjunto flutuam
E para sempre cintilam
Resistem, perduram.
Olhamo-las, são tão belas!
Cada ser nasce projecto
É início inconcreto.Vai soltando o seu tormento
A quem tem sua textura
E entende a sua postura.
É o seu próprio arquitecto,
Precisa de alimento,Aprende, é instruído
Elege o seu trajecto
Com doçura, bravura
Fúria e agonia.
Maravilhosa ironia
Que assim nos desafiaPois nada está concluído!
Sem comentários:
Enviar um comentário