terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O palácio da ventura - Antero de Quental

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
paladino do amor, busco anelante
o palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
- "Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos portas de ouro, ante meus ais!"

Abrem-se as portas de ouro com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
silêncio e escuridão - e nada mais!

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