Vieram dizer que os campos estão molhados
As árvores despedaçadas
As folhas caídas
Vieram falar-me das andorinhas que partiam
Disseram que as borboletas
Voar já não vão
Vieram explicar-me que o Sol se escondia
Atrás de cinzentas nuvens
Falaram-me do sibilar do vento
E no estrondo do trovão
Disseram-me que a ovelhinha
Se enroscou junto da ovelha mãe
E ondas ferozes batiam nas rochas
Porquê? Para quê a explicação
Se a minha alma sente o InvernoSe o meu coração ouve do vento o turbilhão
Cruel, devastador.
Se eu já não sou o que era
A Primavera findou
Se dentro de mim mesma o dilúvio chegou
Obrigado, Mensageiro
Os teus esforços foram vãos
Sinto o meu coração quebrar
Partir-se, rachar
Separam-se os pedaços
Destroem-se os alicerces
O vento desmoronara tudo
Levou consigo a flor da minha alma
Deixa fugir a borboleta do meu ser
Depois, vem a chuva
Esconder os destroços
Esquecer o passado
Fugir ao presente
E lágrimas caem no meu coração
Tão fundas, tão tristes
As lágrimas caem no meu coração
Parte, Mensageiro da minha
alma, parte
Vai falar aos outrosNa minha dor, no meu pesar
Não lhes fales do tempo
Da chuva e do vento
Diz-lhes...que eu estou triste
Só
Diz-lhes...que eu procuro um sorriso aberto
Um olhar risonho
Um coração franco
Diz-lhes...que eu
(Pobre alma perdida na vida turbulenta)
Procuro Paz e Juventude
(redigido em 1971/72)
Ana Redondo
tão bem expresso o sentimento desolador que tudo cobre quando estamos tristes.
ResponderEliminarparabens pelas palavras adequadas à ausência de alegrias.
Obrigada Bia. Beijos amigos
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